Baseado no livro “Naquele Fim de Semana” de Sarah Alderson. Naquele Fim de Semana (The Weekend Away) da Netflix nos fazer recordar Dormindo com o Inimigo, Invasão de Privacidade e tantos outros longas que nos mostraram a situação ainda mais frágil da mulher em sociedade, que está sujeita ao que quiserem realizar com elas ou contra elas.
3 de março de 2022
Durção: 1h 29min
Gênero: Suspense
Direção: Kim Farrant
Roteiro Sarah Alderson, Sarah Alderson
Elenco: Leighton Meester, Luke Norris, Christina Wolfe
Título original The Weekend Away
STREAMING: Netflix
Para início de conversa quanto mais pensamos no filme, mais vêm a cabeça sua denúncia contra o feminicídio. Contado agora na história de Beth (Leighton Meester), uma jovem mulher que vai passar um fim de semana na Croácia, com uma amiga. Só que as coisas saem do controle e a tal amiga some.
Dai então sua viagem se transformará em um enorme pesadelo ao descobrir que sua amiga morreu e que agora ela também seria a principal suspeita do crime.
FILME NAQUELE FIM DE SEMANA
Kim Farrant dirigi a ação com segurança, sem inventar a pólvora com a consciência de que nada muito relevante cinematograficamente está prestes a sair desse retrato acerca das inúmeras formas de violência contra a mulher, sejam elas fatais ou não.
O que temos então em cima da mesa é mais um exemplar do suspense sobre crime, cuja culpa recai sobre o “homem errado” (aqui, no caso, uma mulher), mas que não força uma situação para parecer mais garboso do que intencional, relegado aqui a seu discurso.
O roteiro, aliás, é o principal calcanhar de Aquiles de Naquele Fim de Semana: são diálogos banais, que parecem saídos de uma fan fic mal escrita, situações absurdas e personagens unidimensionais.
Esse é um daqueles projetos onde seus clichês nem tentam ser escondidos, a título de deixar claro muito rapidamente o terreno onde se pisa.
A atriz principal de Gossip Girl, mesmo assim consegue passar toda a tensão de sua personagem, com um medo crescente e que ultrapassa a barreira da tela. Talvez seja a única força pulsante, que traz ainda Christina Wolfe, Ziad Bakri, Luke Norris e Amar Bukvić completando o elenco do filme.
O Machismo esta bem presente
Não se trata de um filme cujas flechas disparadas tenham nome e sobrenome, mas não precisa ter formação em semiótica para se aproximar de seu interesse.
Tanto Kate quanto Beth são vítimas incontáveis vezes, tanto de julgamento precipitado quanto por ações que, cometidas por homens, não são taxativas nem definidoras de caráter. Aqui, as duas amigas serão perseguidas e condenadas por negarem a seus algozes, homens em situação de poder, e se trata de qualquer poder no caso, as vontades de cada um.
A jornada de ambas é devassada por essa pressão que se afunila e transforma o filme em representação metafórica de um dia feminino como outro qualquer.
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