O drama coreano “Juvenile Justice” estreou no dia 22/02/2022 na Netflix, contabilizando 10 episódios de aproximadamente 1 hora de duração cada.
A obra mostra a trajetória de Shim Eun-seok (Kim Hye-soo), juíza que se estabelece no tribunal juvenil de Yonghwa e que demonstra ser uma pessoa rigorosa e criteriosa, sobretudo, nos casos que julga (ela constantemente diz que odeia menores infratores).

Nome: Juvenile Justice
Ano: 2022
Duração: 1 temporada
Direção: Jong-Chan Hong
Gênero: Drama jurídico
Distribuidora: Netflix
Classificação: 18 anos
Onde assistir: Netflix
Em seu novo local de trabalho, ela conhece e trabalha com o juiz Chae Tae Jo (Mu-Yeol Kim), que é o contrário de sua personalidade, sendo um indivíduo mais empático e que tenta sempre apoiar os jovens. Ambos vão tentando à sua maneira e ao mesmo tempo em conjunto julgar os casos com bastante cuidado e estudo, levando em consideração também as perspectivas dos infantes.
Polêmicas e temáticas
O dorama mostra-se polêmico ao trazer reflexões sobre o código penal e apontar as lacunas desse e de vários julgamos que ocorrem, simultâneo à denúncia de corrupção dentro do sistema e exposição das falhas de caráter do ser humano.

O roteiro trabalha bem esses pontos com falas marcantes, diálogos potentes e construção forte dos personagens, rodeados de convicções e metáforas. É marcante ouvir uma juíza que julga casos juvenis falar que odeia menores infratores, nesse ponto entende-se que há um forte rancor, desejo por justiça e tristeza da principal em relação a algo que é nublado ao espectador revelando-se somente no final.
No entanto, nota-se que mesmo com essa frase, a juíza Shim tenta dar o seu máximo para que os julgamentos sejam concretizados conforme a lei e auxiliem esses infratores, para que possam conseguir se reinserir na sociedade e não cometer mais infrações.
Além disso, os casos que são ou foram julgados no drama trazem maior reflexão às problemáticas passadas pelos jovens infratores, ajudando a percepção do espectador à situação do momento, despertando um sentimento de culpabilidade misto a um sentimento de empatia.

Assim, obra não joga a culpa toda nos infantes (apesar de mostrar que existe um livre arbítrio por parte deles de realizarem aquele/s ato), ela aponta que ali faltou um cuidado dos pais ou responsáveis, mostra igualmente que outras pessoas poderiam ter evitado/ajudado em algumas ocasiões, não gerando tragédias, e que o próprio sistema é falho.
Atuação e elenco de milhões
Mesmo que um roteiro seja bom, nada garante que os atores e atrizes consigam fazer uma boa execução. No entanto, em “Juvenile Justice” do início ao fim o espectador é conquistado pelas atuações primorosas e um elenco bem preparado, combinados com um bom roteiro.
Quem não gostou da juíza Shim inicialmente, mas depois passou a adorar? Impossível não citar também a atuação surpreendente da atriz Lee Yeon, que com 28 anos, interpretou com veracidade um adolescente de 14 anos (Baek Sung-woo).

Dessa forma, quanto mais afunda-se na trama e na construção dos personagens, nota-se que cada um ali representado possui suas inseguranças e traumas, que refletem esses mesmos quesitos das pessoas.
Ademais, o dorama busca exaltar o equilíbrio quanto pessoa, não se pode ser muito rigoroso, pois é passível de perder os detalhes daquilo que está a frente, como é o caso do menino Baek, e quando há ternura demasiadamente, há uma um acobertamento e ilusão do que se poderia ver antes, no caso do juiz Chae com a personagem Woo Seol-ah (Jo Mi-nyeo) no primeiro episódio.
Fotografia e arte, a expressão sem palavras
Outros destaques importantes do dorama são a ambientação dos espaços, detalhamento da arte e cuidado com os enquadramentos e ângulos. A iluminação menos intensa, com mais sombras e pegando focos de luzes específicos, contribuíram para mostrar ao espectador a tensão e o quão pesado é trabalhar com esses julgamentos.

Além disso, quando algo de errado vai ser feito pelos jovens (aqui contabilizando sobretudo os flashbacks e reconstrução de cenas das tragédias executadas), o tom azulado predomina, dando uma sensação de frieza.
Apesar dos tons amarelados da iluminação terem um papel de contrapor esse azul, mostrando conforto, quando colocada junto a uma iluminação menos intensa traz uma agonia e também desconforto.
Nas cenas de felicidade e alívio essas luzes se suavizam.
Na cenografia, percebe-se que houveram muitos cenários a serem preparados, mas todos foram feitos com precisão e profissionalismo. Isso ocorre da mesma forma ao se falar da maquiagem e cabelo, bem como figurino.
Já em relação aos enquadramentos e ângulos, eles são bem planejados para contribuir na construção da narrativa, elevando alguns personagens, desconstruindo outros e com movimentações de câmera que trazem ao espectador a possibilidade de observar até mesmo os mínimos detalhes.
Todos esses elementos juntos acabam manifestando expressões e dando vazão a sentimentos sem a necessidade de algum diálogo ou palavra.
Intrigante e pesado, mas interessante de assistir
Portanto, levando em consideração tudo o que foi supracitado, vale a pena assistir o dorama e deixar-se envolver nas tramas e acontecimentos que a obra traz, bem como nas atuações sensacionais.
Thais
Tá na minha lista como uns dos melhores dramas possíveis kk
Helenna Dias
Está na minha lista tbm de melhores doramas que vi, recomendo também o dorama que está na Netflix “É tudo meu”. Muito bom!!!