Em aproximadamente 1h30m de filme, A Maldição da Chorona nos apresenta uma famosa e tradicional lenda do folclore mexicano: La Llorona. Histórias assim são perfeitas para adaptações cinematográficas, e essa em especial, vem assinada pelo mesmo roteirista das sequências de Invocação do Mal e Annabelle (Jame Wan).
Esse conto folclórico é a respeito de uma linda mulher, vestida de branco e com um véu cobrindo-lhe o rosto, que vagando pelas noites sombrias, chora constantemente em busca de seus filhos – ¿Donde están mis hijos?. No nosso filme, a lenda diz que a mulher afogou seus dois filhos quando cegada pelo ciúme de ter encontrado seu marido com uma amante, lhe tira o que mais dava valor. Mas, obviamente quando o “sangue esfria”, a linda mulher se dá conta de sua atrocidade e chora… Ela chora eternamente, e ela quer seus filhos (não interessando se esses filhos, não são realmente os seus).
Assim, temos uma história convincente, passada em uma Los Angeles dos anos 70, onde Anna – uma viúva criando seus dois filhos – é uma assistente social que se depara com um caso que envolve uma situação parecida com a lenda da Chorona. No decorrer desse caso, Anna acaba sendo amaldiçoada, pois tanto seu filho Chris quanto sua filha Sam encara La Llorona frente a frente. E a mulher mítica fará de tudo para levar os filhos de Anna.
Essa é uma lenda que mexe bastante com a gente, uma vez que “demoniza” a figura de amor maior, de proteção e de carinho- a mãe! Linda Cardellini (Bloodline) se saiu muito bem no papel de Anna, a assistente social que mesmo não sendo religiosa, no seu momento de maior desespero recorre à igreja católica e a um ex-padre – hoje um curandeiro – chamado Rafael, e que enfim fornece uma dose de esperança para a batalha contra a mulher que tocou nessa família com sua maldição.
Gostei muito de A Maldição da Chorona, porque seu clima misterioso envolto em névoas e noite corresponde a um bom e assustador filme de terror, e o que pra mim é muito interessante, sem o abuso daquele método tão recorrente no terror atual, o jumpscare (mudanças abruptas de cena e alteração no volume do som, buscando assustar o telespectador).
Deixo meus elogios à parte para a dupla que fizeram o papel de filhos da assistente social. As crianças são muito naturais em cena, demonstrando o medo necessário, a angústia, a falta do pai que era policial, e a força para lutarem contra a entidade maligna. O pouco alívio cômico vem em (acredito) que duas cenas envolvendo a família e o curandeiro, vivido por Raymond Cruz (Breaking Bad).
Algo que sempre me perturba bastante é a dinâmica de trabalhar com crianças em situações de horror. Eu me coloco demais no lugar da mãe desesperada que faz tudo para salvar os filhos. Que agonia… E desde Gage, lá em O Cemitério Maldito (filme de 1989), eu fico horrorizada em pensar nessas pequenas criaturas em meio a roteiros e cenas tão perturbadoras.
Para mim A Maldição da Chorona funcionou. Não é uma obra prima do terror, mas prova que filmes que acontecem quase que totalmente entre quatro paredes podem ser sim assustadores, podem sim perturbar a mente de quem está assistindo – acredito que muito se dá pelo ambiente claustrofóbico que os (e nos) limita.
Então, se você ainda não se cansou de fórmulas e roteiros derivados dos filmes Invocação do Mal e é fã de lendas e contos, você terá um “agradável” momento em frente às telonas. Se atentem pela imagem da Chorona olhando para a casa da família de Anna no meio da noite. É uma cena cheia de sensações! Aproveite o filme.
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Distribuidora: Warner Bros.
Gênero: Terror, Thriller
Duração: 1h 34
Estréia: 18/04/2019
Elenco: Linda Cardellini, Raymond Cruz, Patricia Velasquez
Direção: Michael Chaves
Nina é uma
Oi, tudo bem? Fiquei sabendo desse filme ontem, mas ele não me convence, pois não gosto do gênero. Assisti pouquíssimos. A trama, em si, não me convenceu também, acho legal ser inspirado em uma lenda, acho que funciona pra algumas pessoas, como pra você, mas pra mim não funciona. Eu acredito no sobrenatural de outra maneira, então esses filmes acabam não me convencendo. Mas gostei muito da sua resenha, parabéns!
Love, Nina.
http://www.ninaeuma.blogspot.com
Carol Nery
Ah, Nina… claro que tem isso, né? Nem todos os formatos de filmes funcionam pra todas as pessoas. Super te entendo. Eu me divirto demais… Não que eu acredite no sobrenatural dessa forma demonstrada no filme. Vejo como ficção mesmo, baseado em algo que algum povo acredita. E passei 1h30 bem agradável. hehehhee
Abraços
De repente, no último livro
Oiii Carol
Tb me perturba um pouco crianças em filmes de terror, é que temos semrpe essa noção da inocência das crianças e se a história já nos abala, nós grandinhos, a gente logo pensa nos mais pequenos né? Eu quero muito assistir esse filme, tenho visto vários elogios sobre a trama, e também sobre as interpretações dos protagonistas, a história sobre a lenda toda de La llorona me deixa bem curiosa, enfim, tem vários elementos que me agradariam.
Beijos, Alice
http://www.derepentenoultimolivro.com
Carol Nery
Ah, que legal Alice. Eu me diverti com o filme. Cresci vendo Chaves, e mais tarde aquelas lendas em Supernatural. A gente fica meio apegadas a essas histórias!!
Assista quando puder. Tomara que seja um momento proveitoso pra ti, como foi pra mim.
Beijo
Maria Paula de Barros
Olá! Tudo bem?
Eu particularmente não gosto muito de filmes de terror e os poucos que assisti procurei tentar fugir da fórmula genérica, não sei se gostaria deste filme, mas com certeza gostei da sua crítica. Muito bem feita e colocada.
Beijos,
Blog Diversamente
Carol Nery
Maria Paula, realmente se a gente não é chegada em um tema, não vemos muito interesse em novas obras naquela linha. Super te entendo. Obrigada pela visita e carinho. Um beijo.
Andrea
Olá,
Eu já fui muito fã de filmes de terror (não só olhei como li o cemitério maldito), mas depois de ser mãe confesso que não consigo mais ver estes filmes com criança. Achei a lenda super interessante.
Carol Nery
Sou mãe de dois e te entendo Andrea. De verdade!!! A gente sofre demais, né? Empatia fala mais alto. Eu ainda assisto e leio, mas nossa… dá um ruim gigantesco.
Abraços
Carol Nery
Sendo sincera, eu não vi Invocação do Mal ou Anabelle, porque esse tipo de filme não me atrai. Agora, baseado em lendas, Ah! Como isso me deixou eufórica. Corri pro cinema hehehhe
Princesa de Moletom
Eu estava em dúvida se assistir o filme, mas depois do seu post tenho certeza que quero assistir kkkkk…. Mas sozinha? Não sei em kkkk
Carol Nery
Eu acho que ver filme de terror acompanhada de alguém que a gente curte, é muito melhor!!! Aproveita.
Eita Carlos
Terror não faz o meu tipo. Nunca paro para assistir algum filme do gênero, mas para quem gosta esse filme deve ser ótimo! Adorei a sua resenha, ficou bem elaborada! ❤
Carol Nery
Valeu, rapaz! Meu marido também não curte… Obrigada pelo comentário.
Johnny Victor
Eu adoro filmes assim e se tem um clichê que não me cansa é o da casa assombrada, família amaldiçoada, coisas religiosas e etc hahaha
Eu não tinha lido nada sobre o filme ainda, mas me interessou muito! Amo Invocação do Mal!
Carol Nery
Johnny, esse tem muito de coisas religiosas e família amaldiçoada. A casa acaba ficando assombrada também. Tu vai curtir o filme então!!!
Debyh
Olá,
Eu conheço a história e tal, na verdade vi sobre isso numa outra série de tv. O filme não faz muito meu gênero, eu realmente ando vendo bem pouca coisa de filmes rs. Ainda assim achei bem interessante.
Debyh
Eu Insisto
Carol Nery
Eu também estou numa fase que não assisto tanta coisa quanto gostaria, mas dou minhas escapulidas. E terror é muito minha praia. hehehee
Obrigada pela visita. Beijo!
Maluca Por Livros
Olá!
Não faz muito meu estilo esses filmes, acho curioso e tal. Essas histórias são bem ricas né, ainda mais folclóricas! ótima crítica!
beijos!
Carol Nery
Ah, sim… eu adoro um bom folclore. Ainda mais se tende ao terror. Abraços
Beatriz Andrade
Credo, vejo isso não kkkk brincadeira, eu gosto de tramas de terror, mas em filmes eu já fico mais cabreira porque a coisa toda fica tão real, a última serie de terror que eu vi )A Maldição da residência dos Hill) eu fiquei meses sem dormir e ainda hoje tenho dificuldade quando lembro de algumas cenas durante a madrugada). Eu acho que ler um livro sobre essa lenda eu leria de boa, mas o filme só veria durante o dia e com mais alguém comigo,mesmo você dizendo que não é tão pesado assim, mas fiquei com a impressão que mexeria com meu psicológico então melhor ver acompanhada para me lembrarem que é só um filme.
Carol Nery
Nossa, Beatriz! Se te causa esse estresse psicológico realmente é BOM evitar de ver sozinha. Se bobear, melhor nem assistir. Fica nas coisas mais tranquilas e leves da vida. Não faltam opções, não é mesmo? hahahaha Abraços
Jennifer Garcia
Confesso que não curto muito filmes desse estilo meio sombrio e tal.
Mas pra quem gosta vale super a pena assistir.
https://blogdajenny2014.blogspot.com/
Carol Nery
Super entendo! Acontece…
Já é super minha praia.
Abraços